A prisão de um líder de uma facção criminosa em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, confirmou suspeitas de que grandes nomes do grupo estão comandando atividades ilegais no Brasil a partir do país vizinho. Segundo o Ministério Público de São Paulo, a Bolívia foi escolhida devido à facilidade de subornar autoridades, viver com documentos falsos e operar sem ser incomodado. Entre os foragidos estão indivíduos que mantêm uma rotina discreta, frequentando escolas e residindo em propriedades luxuosas, enquanto gerenciam operações criminosas a distância.
O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco, destacou que a facção migrou sua base de operações do Paraguai para a Bolívia nos últimos anos, aproveitando-se da corrupção local. A prisão recente de um dos líderes, que usava identidade falsa, revelou a formação de um núcleo da organização na cidade mais rica do país. O objetivo do grupo seria fortalecer e expandir o tráfico de drogas, principal fonte de lucro da facção.
A operação que resultou na captura do líder é parte de um esforço maior para desarticular a cúpula da organização, que movimenta cerca de R$ 100 milhões anuais. Investigadores encontraram explosivos, armas e grandes quantias em dinheiro durante buscas anteriores. O caso também expôs esquemas de lavagem de dinheiro, incluindo transferências por meio de doleiros e compra de bens de luxo para ocultar recursos ilícitos.