A Câmara dos Deputados recebeu um projeto de lei que prevê multas para quem utilizar bonecas reborn — bonecas hiper-realistas — para obter benefícios reservados a bebês e seus responsáveis, como atendimento preferencial e descontos. A proposta, de autoria de um deputado federal, estabelece penalidades que variam de cinco a vinte salários mínimos (R$ 7.590 a R$ 30.360), considerando a gravidade da infração e a reincidência. Os valores arrecadados serão destinados a fundos de proteção à criança e ao adolescente.
A discussão ganhou destaque após vídeos mostrarem pessoas usando as bonecas em situações cotidianas, como atendimento médico. O autor do projeto argumenta que a prática viola a boa-fé social e pode sobrecarregar serviços públicos, especialmente na saúde, atrasando o atendimento de crianças reais. Além dessa proposta, outros dois projetos foram apresentados: um para proibir atendimento médico a bonecas reborn e outro para estabelecer critérios de acolhimento psicológico a quem desenvolve vínculos afetivos intensos com elas.
Em contraponto, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou a criação do Dia da Cegonha Reborn, homenageando artesãs que produzem as bonecas. A medida gerou debates nas redes sociais, com questionamentos sobre a necessidade de institucionalizar a prática. O tema segue em discussão, destacando a tensão entre a regulamentação de benefícios e o reconhecimento cultural desses objetos.