A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou um projeto de lei que cria o Dia da Cegonha Reborn, data destinada a reconhecer o trabalho das artesãs que produzem bonecas hiper-realistas, popularizadas entre adultos. A proposta, que aguarda sanção do prefeito Eduardo Paes até 3 de junho, destaca o papel terapêutico dessas bonecas para mães enlutadas ou pessoas que as utilizam como forma de lidar com traumas. O relator do projeto, vereador Vitor Huro, argumenta que a data celebra a singularidade da experiência de “maternidade reborn”, comparando as artesãs a cegonhas que “entregam” os bebês de pano.
A popularização das bonecas reborn também gerou polêmica, com relatos não confirmados de adultos que as tratam como crianças reais, inclusive marcando consultas médicas ou buscando direitos legais. Especialistas ponderam que, embora o hobby possa trazer benefícios à saúde mental, como estimulo criativo e interação social, é necessário avaliar quando o uso se torna excessivo ou distorce a realidade. Psicólogos ressaltam que a prática não deve ser automaticamente patologizada, mas é essencial entender os contextos por trás dela.
Enquanto projetos em outras cidades buscam restringir o uso de bonecas reborn em serviços públicos, o debate continua nas redes sociais. Apesar do aumento de vendas para adultos, a maioria das compras ainda é destinada a crianças, segundo fabricantes. O texto aguarda agora a decisão do prefeito, que pode sancionar a lei, sugerir ajustes ou vetá-la.