Em Santa Catarina, maior polo náutico do Brasil, um projeto de ressocialização tem chamado atenção ao capacitar detentos da Colônia Penal Agrícola de Palhoça na produção de iates de luxo. Os 60 participantes trabalham em parceria com uma empresa privada, fabricando embarcações de alto padrão que abastecem o mercado nacional e internacional. O programa, considerado referência nacional pela Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social (Sejuri), oferece salário mínimo e divide os rendimentos entre o preso, sua família e uma poupança acessível apenas após o cumprimento da pena.
Os detentos são selecionados com base em bom comportamento e passam por avaliação de uma comissão técnica. Em média, produzem 10 embarcações por mês, contribuindo para o setor náutico do estado, que concentra 70% da produção nacional e 60% das exportações do ramo. O projeto, iniciado em 2016, acompanha o crescimento do segmento, que teve aumento de 110,8% no número de empresas na última década.
Além da construção de iates, o trabalho carcerário em Santa Catarina abrange outras áreas, como montagem de eletrônicos e confecção de uniformes, movimentando R$ 28 milhões em 2024. A iniciativa busca preparar os presos para o mercado de trabalho, reduzindo a reincidência e fortalecendo a segurança pública. Segundo a secretária de Justiça, o sistema prisional catarinense tem se tornado um aliado na reintegração social e no desenvolvimento econômico do estado.