No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado neste domingo (18), pacientes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Distrito Federal mostraram seu trabalho em uma feira de artesanato no Cine Brasília. A iniciativa, que inclui peças de bordado, macramê e crochê, visa gerar renda e apoiar projetos terapêuticos, como o da Companhia Atravessa a Porta, que usa teatro e cinema para reinserção social. Marcus Danyel, de 22 anos, participante do projeto, destacou a diferença entre o tratamento no Caps e as internações psiquiátricas tradicionais, enfatizando o acolhimento e a possibilidade de criar laços sociais.
O projeto Atravessa a Porta, premiado na Mostra Distrital de Práticas Profissionais, completa 13 anos como referência na cultura antimanicomial. A psicóloga Amanda Gayatri, responsável pela iniciativa, explicou que a arte serve como ponte entre o subjetivo e o social, permitindo que os pacientes expressem sua criatividade e sensibilidade. O grupo também produziu o filme “Capsianos”, que narra histórias de pessoas com transtornos mentais, interpretadas pelos próprios pacientes, reforçando a importância da representação e da diversidade cultural.
Além das atividades artísticas, a rede de Caps no Brasil oferece atendimento multiprofissional gratuito, focando no cuidado humanizado e na reinserção social. Pacientes como Rogério, que enfrentou crises sem internação, relatam melhora significativa na qualidade de vida graças ao apoio da equipe e da comunidade terapêutica. A presidente do Conselho Regional de Psicologia do DF, Thessa Guimarães, reforçou que a luta antimanicomial valoriza a dignidade humana e a produção cultural, desafiando estigmas associados à saúde mental.