Nos últimos 12 anos, o Programa Universidade para Todos (Prouni) ofertou mais de 4,8 milhões de bolsas em instituições privadas de ensino superior, mas apenas 48,9% foram preenchidas. Isso significa que quase 2,5 milhões de vagas ficaram ociosas, deixando de beneficiar estudantes que atendem aos critérios do programa. Especialistas apontam que a queda na ocupação pode estar relacionada à falta de divulgação, dificuldades operacionais e critérios de seleção que não consideram plenamente as adversidades enfrentadas pelo público-alvo, como os impactos da pandemia na educação.
O Prouni oferece bolsas integrais (100% de desconto) e parciais (50%) para estudantes de baixa renda, com base no desempenho no Enem. As instituições participantes receben benefícios fiscais proporcionalmente ao preenchimento das vagas, mas muitas enfrentam desafios para atingir a meta mínima. Representantes do setor sugerem ajustes, como a redução da nota de corte e a flexibilização do calendário, para aumentar a adesão. Além disso, destacam a importância de melhorias no sistema de seleção e na comunicação com os candidatos.
Apesar dos obstáculos, o programa é reconhecido como uma política pública de sucesso, tendo beneficiado mais de 3,5 milhões de estudantes em 20 anos, com destaque para mulheres e negros. O Ministério da Educação (MEC) afirma que está trabalhando para aprimorar a operacionalidade do Prouni e ressalta seu potencial transformador. Com recorde de inscrições na última edição, há expectativa de que a ocupação das vagas possa aumentar, garantindo maior acesso ao ensino superior e cumprindo sua função social.