Nos últimos 12 anos, o Prouni ofertou mais de 4,8 milhões de bolsas em instituições privadas de ensino superior, mas apenas 48,9% foram preenchidas. Isso significa que quase 2,5 milhões de vagas ficaram ociosas, deixando de beneficiar estudantes que poderiam acessar o ensino superior. O programa, que oferece bolsas integrais e parciais, enfrenta queda crescente na taxa de ocupação, especialmente no segundo semestre de cada ano, com apenas 15% das vagas preenchidas em 2024.
Especialistas apontam que a baixa adesão pode estar relacionada a desafios operacionais, como o calendário desalinhado com o início das aulas e critérios rígidos de seleção. Apesar de recentes mudanças, como a inclusão de alunos de escolas particulares não bolsistas, o programa ainda enfrenta dificuldades para atrair candidatos qualificados. Instituições de ensino destacam a importância dos benefícios fiscais vinculados ao preenchimento das vagas, mas ressaltam que a ociosidade prejudica principalmente faculdades menores, que dependem desses recursos para investimentos.
O Ministério da Educação reconhece os desafios, mas destaca o sucesso do Prouni em beneficiar mais de 3,5 milhões de estudantes em 20 anos, com impacto transformador na vida dos bolsistas. O MEC afirma estar trabalhando para aprimorar a operacionalidade do programa e espera que o aumento recente no número de inscrições sinalize uma recuperação na ocupação das vagas. Apesar dos obstáculos, o Prouni segue como uma política pública essencial para a inclusão no ensino superior.