A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se favorável à permanência na prisão de um militar envolvido em investigações sobre supostos atos golpistas durante o governo anterior. O argumento central é que há risco de interferência nas apurações, mesmo após a denúncia ter sido aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O caso envolve tentativas de obstrução, incluindo contatos com um delator-chave.
O STF já havia decidido, por unanimidade, manter a prisão preventiva do militar, que integra um grupo de oito réus acusados de participar de um núcleo central do suposto golpe. Entre os denunciados estão ex-ocupantes de cargos ministeriais e assessores próximos ao poder Executivo na época. A defesa solicitou a liberdade após o enquadramento formal como réu, mas a PGR sustenta que o perigo para as investigações persiste.
O procurador-geral da República destacou que a aceitação da denúncia não elimina automaticamente a possibilidade de interferência no processo, que ainda está em fase inicial. O relator do caso, um ministro do STF, recebeu a manifestação da PGR, que reforça a necessidade de preservar o andamento regular das investigações até sua conclusão. O julgamento segue em curso, sem previsão de decisão final.