O prefeito pró-europeu de Bucareste, Nicusor Dan, venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Romênia com cerca de 54% dos votos, marcando uma reviravolta em relação ao primeiro turno, onde seu rival nacionalista havia liderado. A alta participação eleitoral, de quase 65%, refletiu o engajamento da população em um pleito considerado crucial para o futuro do país no cenário europeu, especialmente diante das tensões geopolíticas regionais. O resultado foi celebrado por defensores da democracia, que temiam um afastamento da UE e da Otan após suspeitas de interferência russa em eleições anteriores.
O cargo presidencial romeno tem grande relevância geopolítica, incluindo a nomeação de postos-chave e participação em cúpulas internacionais. A vitória de Dan, um matemático e defensor convicto da UE, contrasta com o discurso de seu adversário, que criticava a ajuda militar à Ucrânia e pregava um distanciamento do bloco europeu. A Romênia, vizinha da Ucrânia, tem sido um aliado estratégico no apoio a Kiev, fornecendo treinamento militar e equipamentos de defesa.
A eleição foi marcada por acusações de desinformação e tentativas de influência externa, com autoridades romenas alertando para campanhas virais nas redes sociais. O pleito também refletiu o descontentamento de parte da população com a corrupção e as dificuldades econômicas, fatores que haviam impulsionado candidatos antiestablishment no passado. Apesar das tensões, muitos eleitores expressaram esperança de que o resultado traga estabilidade ao país após meses de incerteza.