O primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil foi confirmado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, estado que é o terceiro maior produtor e exportador de carne de frango do país. Diante da detecção do vírus H5N1, de alta patogenicidade, o Serviço Veterinário Oficial (SVO) declarou estado de Emergência Sanitária e implementou medidas rigorosas para conter a disseminação. Todas as 17.000 aves da propriedade foram sacrificadas, e produtos como ovos fertilizados e embalagens foram rastreados e destruídos. Barreiras sanitárias foram instaladas em um raio de 10 km, com desinfecção obrigatória de veículos e inspeções em propriedades vizinhas.
O protocolo de ação inclui a restrição de movimentação de animais, produtos e pessoas, além da limpeza e desinfecção das instalações afetadas. Três zonas de controle foram estabelecidas ao redor do foco: perifocal (3 km), vigilância (7 km) e proteção (15 km). Até o momento, 238 das 510 propriedades na zona de vigilância foram vistoriadas, com uma suspeita identificada em uma criação de subsistência. O governo também avalia indenizações para produtores afetados, enquanto o monitoramento continua por pelo menos sete dias, podendo ser estendido conforme a evolução do cenário.
Desde a chegada do vírus ao Brasil em maio de 2023, foram investigados 2.883 casos suspeitos, com 166 confirmações, sendo a maioria em aves silvestres. Apesar do impacto nas exportações, autoridades reforçam que não há risco para o consumo humano. O caso em Montenegro destaca os desafios do setor avícola e a importância da vigilância sanitária para evitar surtos maiores, mantendo o Brasil como referência em biossegurança.