As autoridades brasileiras confirmaram o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que medidas de contenção foram implementadas para isolar o foco, mas a China, principal importador de frango brasileiro, suspendeu temporariamente as compras. Apesar disso, o mercado reagiu com relativa tranquilidade, avaliando que os impactos devem ser limitados e passageiros, desde que o problema seja contido adequadamente.
Analistas apontam que os efeitos econômicos dependem da extensão do surto. Se restrito à microrregião, o impacto seria mínimo, mas uma disseminação mais ampla poderia afetar as exportações. Empresas como BRF e JBS, que têm diversificação geográfica, estão menos expostas, enquanto granjas menores podem sofrer mais. O Goldman Sachs destacou que protocolos comerciais flexíveis e acordos de regionalização sanitária devem mitigar os riscos, como ocorreu em casos anteriores nos EUA e em outros países.
O cenário ainda é incerto, mas especialistas acreditam que, sem novos focos, as exportações podem ser retomadas em menos de 60 dias. Enquanto isso, o Ministério da Agricultura trabalha para restaurar o status de área livre da doença. A fusão entre Marfrig e BRF, anunciada recentemente, inclui cláusulas para eventos sanitários adversos, mas ainda não há consenso sobre se o surto atual poderá afetar o negócio. O Brasil, maior exportador global de frango, mantém sua posição forte, mas o episódio serve como alerta para a necessidade de vigilância constante.