O Brasil confirmou recentemente o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial, marcando uma mudança preocupante no cenário da doença no país. Até então, os casos estavam restritos a aves silvestres. A presença do vírus H5N1 em ambientes de criação intensiva eleva o risco de mutações, especialmente devido ao contato próximo entre aves, humanos e outros mamíferos, como suínos e bovinos. Especialistas alertam que essa situação pode facilitar a adaptação do vírus aos humanos, aumentando o potencial pandêmico.
O H5N1 é uma variante do vírus Influenza A com alta taxa de mortalidade em humanos, embora a transmissão entre pessoas ainda seja rara. A preocupação reside na capacidade do vírus de sofrer mutações, especialmente em ambientes com alta densidade de animais e interação humana. Casos recentes em fazendas de gado leiteiro nos Estados Unidos reforçam a necessidade de vigilância redobrada. No Brasil, a confirmação em granjas comerciais exige medidas urgentes, como maior testagem, uso de equipamentos de proteção e monitoramento de trabalhadores expostos.
O país possui sistemas de vigilância em saúde animal e humana, mas especialistas defendem maior integração entre essas áreas, seguindo a abordagem “One Health” (Saúde Única). A população deve manter a calma, já que o consumo de carne de frango e ovos cozidos não representa risco. O foco, segundo os especialistas, está no reforço da biossegurança nas granjas e na comunicação responsável, evitando pânico e priorizando ações técnicas baseadas nos aprendizados da pandemia de COVID-19.