O déficit da Previdência Social deve se agravar significativamente nas próximas décadas, pressionando as contas públicas do Brasil. Com o envelhecimento acelerado da população, o número de idosos (60 anos ou mais) deve saltar de 35,4 milhões em 2025 para 75,3 milhões em 2070, representando 38% da população. Enquanto isso, a população em idade ativa encolherá, especialmente entre jovens de 0 a 39 anos, com quedas de até 43%. Essa dinâmica reduzirá a base de contribuintes e aumentará a dependência do INSS, tornando o sistema insustentável.
Projeções do Tesouro Nacional indicam que o rombo previdenciário ultrapassará R$ 1 trilhão em 2041 e pode chegar a R$ 29,9 trilhões (10,3% do PIB) em 2100. Apesar da preocupação da equipe econômica, as medidas atuais do governo—como revisões de cadastros e fiscalização de benefícios—são insuficientes para conter o crescimento das despesas, que devem aumentar R$ 360,2 bilhões até 2029, contra uma economia projetada de apenas R$ 16,4 bilhões.
Especialistas afirmam que uma nova reforma da Previdência será inevitável, mas a atual administração evita o tema devido ao desgaste político. A última reforma, em 2019, estabeleceu idades mínimas para aposentadoria, mas o desafio persiste. Com menos trabalhadores sustentando mais beneficiários, o sistema exigirá ajustes profundos no futuro, provavelmente deixados para próximos governos.