A prévia da inflação medida pelo IPCA-15 registrou alta de 0,36% em maio, abaixo do esperado pelo mercado e menor que o resultado de abril (0,43%). Nos últimos 12 meses, o índice acumula 5,40%, ainda acima do teto da meta oficial de 3,0%, mas com algum alívio em meio à política monetária restritiva do Banco Central. O impacto da energia elétrica residencial, que subiu 1,68% devido à bandeira tarifária amarela, foi um dos principais fatores para o resultado, junto com aumentos em vestuário e saúde.
O grupo Habitação acelerou para 0,67% em maio, influenciado pelo custo extra na conta de luz, enquanto Saúde e cuidados pessoais subiram 0,91%, impulsionados pelo reajuste de medicamentos. Por outro lado, Alimentação e bebidas desacelerou (0,39%), com quedas no tomate, arroz e frutas, e Transportes recuou 0,29% devido à redução nas passagens aéreas. Economistas destacam que a combinação de câmbio valorizado e queda nos preços das commodities pode ajudar a reduzir as pressões inflacionárias no segundo semestre.
O Banco Central manteve a Selic em 14,75% em maio, refletindo cautela diante de um mercado de trabalho aquecido e expectativas de inflação ainda desancoradas. Analistas sugerem que, se os próximos dados confirmarem uma trajetória mais benigna, o ciclo de alta de juros pode estar próximo do fim. A pesquisa Focus projeta inflação encerrando o ano em 5,50%, com a taxa básica estável no patamar atual.