O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na quarta-feira (21), a lei que estabelece o Dia Nacional do Brega, a ser celebrado em 14 de fevereiro, data do nascimento de Reginaldo Rossi, artista pernambucano associado ao gênero. A medida retoma uma polêmica entre Pará e Pernambuco sobre a origem e a representação nacional do brega, já que o projeto foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura do Senado no início deste mês.
A nova lei gerou reações no Pará, onde o brega foi reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial em 2021. O senador Beto Faro (PT-PA) apresentou recurso contra a proposta, argumentando que Belém teve um papel histórico no desenvolvimento do gênero, com uma cena musical ativa e consolidada. Artistas paraenses, como o DJ Dinho Tupinambá, também criticaram a decisão, afirmando que o brega tem raízes na região amazônica e foi apropriado por outros estados.
Reginaldo Rossi, natural do Recife, é uma figura central na popularização do brega, e a data escolhida homenageia seu legado. A sanção presidencial tem peso simbólico e legislativo, mas reacende debates sobre a memória cultural do gênero e as contribuições regionais para sua consolidação no país. A discussão reflete a complexidade de atribuir origens a manifestações artísticas que transcendem fronteiras estaduais.