A Prefeitura de São Paulo decidiu rebatizar o antigo Edifício Misericórdia como Edifício Tebas, em homenagem a Joaquim Pinto de Oliveira, conhecido como Tebas, reconhecido como o primeiro arquiteto negro da cidade. Tebas, escravizado no século 18, atuou em diversas obras importantes, como o Chafariz da Misericórdia, e só teve seu trabalho oficialmente reconhecido em 2018, após a descoberta de documentos pelo Iphan. A homenagem inclui uma escultura inaugurada em 2020 e agora se estende ao edifício, que passará por revitalização.
O projeto transformará o prédio em 43 apartamentos, com uma unidade destinada ao aluguel social e um financiamento de 15% custeado pela prefeitura. Além das moradias, o espaço contará com um restaurante de alimentos orgânicos e uma área multiuso aberta ao público. A iniciativa faz parte de um programa municipal de retrofit que já aprovou 23 projetos, totalizando mais de 2 mil unidades habitacionais, embora tenha enfrentado críticas por seus custos elevados.
A medida reforça o esforço da cidade em valorizar a presença negra em sua história e revitalizar o centro urbano. Tebas, cujo apelido significa “homem que tudo faz” em kimbundu, simboliza a resistência e a contribuição de profissionais negros em um período marcado pela escravidão. O edifício revitalizado servirá como um marco físico e cultural, conectando passado e presente em uma das regiões mais emblemáticas de São Paulo.