O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) reforçou sua defesa pela preservação e requalificação do Jóquei Clube de Goiânia, após o anúncio da Prefeitura de desapropriar o local para transformá-lo em um centro cultural. O conselho destacou a necessidade de respeitar o valor histórico, arquitetônico e ambiental do edifício, projetado em 1962 por Paulo Mendes da Rocha e João Eduardo de Gennaro, uma referência da arquitetura moderna brasileira. A proposta inclui revitalizar o espaço, reintegrar áreas verdes originais e o córrego Buritis, além de sugerir um concurso público de arquitetura para garantir transparência e excelência técnica no projeto.
Apesar de a Prefeitura afirmar que o imóvel passará por estudos técnicos alinhados ao Plano Diretor de Goiânia, o CAU/GO lembrou que o edifício já enfrentou ameaças de demolição no passado, como em 2017, quando houve proposta de construção de um templo religioso no local. O conselho defende que a requalificação deve ser feita com sensibilidade, restaurando o prédio conforme princípios modernos e reintegrando-o qualitativamente ao tecido urbano. A iniciativa visa não apenas conservar o patrimônio, mas também resgatar uma visão de cidade inclusiva e conectada com sua paisagem.
O Jóquei Clube é reconhecido por sua linguagem brutalista, com concreto aparente e estrutura inovadora, além de ter sido integrado originalmente à natureza local. No entanto, intervenções posteriores, como a construção de um estacionamento, descaracterizaram parte do projeto. A revitalização proposta pelo CAU/GO busca reverter esses danos, transformando o espaço em um símbolo de transformação social e urbanística para Goiânia, com foco na excelência arquitetônica e no compromisso ambiental.