Um ano após as enchentes históricas no Rio Grande do Sul, o prefeito de Porto Alegre apontou a questão habitacional como o principal desafio da cidade. Cerca de 9 mil laudos comprovando perdas de moradias já foram emitidos, e famílias estão sendo cadastradas em programas como Minha Casa Minha Vida e Compra Assistida. No entanto, a burocracia e a adaptação das famílias a novas condições — como pagar condomínio e contas — têm dificultado o processo. Enquanto isso, o aluguel social tem sido uma alternativa temporária para 3,5 mil pessoas.
O sistema de proteção contra enchentes, construído na década de 1970, também está em foco. A prefeitura trabalha para recuperar casas de bomba, instalar geradores de energia e reforçar diques, mas obras estão paralisadas em algumas áreas devido a questões judiciais envolvendo remoções de famílias. O prefeito destacou que o alagamento do ano passado foi causado pela falha nos diques, não nas casas de bomba, e defendeu o fechamento de parte das comportas do Guaíba, medida que não afetaria a mobilidade portuária.
Ainda em discussão estão a concessão dos serviços de esgoto do Dmae e a atualização do plano diretor da cidade, que deve manter famílias em áreas consolidadas de risco, desde que haja proteção adequada. O prefeito também mencionou a necessidade de agilizar obras financiadas por um fundo federal de R$ 6,5 bilhões, gerido pelo estado, e enfatizou a importância da harmonia entre governos municipal, estadual e federal para enfrentar a crise.