Enquanto o Aeroporto de Congonhas passa por modernizações, um prédio abandonado da extinta Vasp chama atenção pela deterioração e abandono há 17 anos. Localizado em frente ao aeroporto, o imóvel, que já foi sede da companhia aérea, hoje está reduzido a uma estrutura esquelética, com veículos corroídos e espaços sem uso. Ex-funcionários lamentam o estado do local, que reflete uma disputa judicial entre a União e a massa falida da empresa, travando qualquer possibilidade de revitalização ou venda.
A disputa legal, iniciada em 2010, envolve a propriedade do prédio: a Justiça autorizou sua venda para quitar dívidas trabalhistas, mas a União alega que o imóvel é seu desde 1946. Enquanto o caso aguarda julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o prédio permanece inutilizável, mesmo com o avanço de obras no entorno, incluindo um novo terminal e um shopping center. A concessionária do aeroporto classifica a situação como um “grande desperdício” de espaço e infraestrutura.
Especialistas em urbanismo criticam a permanência de imóveis abandonados em áreas estratégicas, destacando o contraste com a falta de moradia e o subaproveitamento de recursos. A professora Helena Ayoub Silva, da USP, questiona a lógica por trás desses impasses e defende soluções criativas para ocupar o espaço. “Não precisa de um gênio para encontrar uma solução”, afirma, ressaltando o potencial do local, que segue isolado em meio ao desenvolvimento do seu entorno.