A Postal Saúde, braço dos Correios responsável pelo plano de saúde dos funcionários, enfrenta graves dificuldades financeiras, com risco de continuidade operacional. Segundo demonstrações financeiras de 2024, a empresa depende diretamente dos repasses dos Correios, que também passam por desafios econômicos. Em 2024, a operadora gastou R$ 2 bilhões em procedimentos médicos para 202 mil beneficiários, mas a devolução de R$ 221 milhões aos Correios — após uma transação frustrada — agravou sua liquidez, colocando em xeque sua capacidade de honrar compromissos.
A crise foi intensificada por mudanças no modelo de gestão, com os Correios alternando entre papéis de mantenedor e patrocinador. A reversão para o regime de mantenedor obrigou a Postal Saúde a devolver recursos recebidos anteriormente, impactando seu caixa. O relatório da empresa alerta para a possível necessidade de um lastro financeiro adicional para garantir a sustentabilidade, caso os repasses dos Correios sejam insuficientes.
A situação já afeta beneficiários, com relatos de suspensão de pagamentos a prestadores e interrupção de atendimentos em redes conveniadas. Sindicatos, como a Findect, criticam a inadimplência e a alta contrapartida cobrada dos funcionários, que chegou a 70% em anos anteriores e agora está em 42%. A entidade alerta para violações ao direito à saúde, enquanto a Postal Saúde busca soluções para evitar o colapso definitivo dos serviços.