A coalizão de centro-direita Aliança Democrática (AD) venceu as eleições gerais em Portugal, mas sem alcançar maioria parlamentar, prolongando um período de instabilidade política no país. Esta foi a terceira eleição em três anos, marcada pela fragmentação do cenário político e pelo crescimento do partido de extrema direita Chega, que obteve entre 20% e 24% dos votos. A AD, liderada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, agora deve governar em minoria, dependendo de negociações com partidos menores ou enfrentando o risco de ser derrubada pela oposição, como ocorreu há dois meses.
O aumento do apoio ao Chega, que foca em combater a imigração e a corrupção, adicionou incerteza ao processo político, enquanto o Partido Socialista (PS) registrou seu pior desempenho desde 1987. A frustração dos eleitores com os partidos tradicionais tem dificultado a formação de consensos em questões urgentes, como habitação e custo de vida. O sistema semipresidencialista português, onde os votos são direcionados a partidos e não a candidatos, amplia a complexidade da formação de maiorias estáveis.
A AD promete reduzir impostos e controlar a imigração, mas recusou alianças com o Chega, mantendo uma postura inflexível durante a campanha. Enquanto isso, o PS, agora liderado por Pedro Nuno Santos, tenta se reerguer após escândalos recentes, mas sua influência diminuiu significativamente. O resultado das eleições reforça a polarização e os desafios de governabilidade em Portugal, com a extrema direita ganhando espaço em um cenário cada vez mais dividido.