Pela terceira vez em três anos, os portugueses votam neste domingo (18) para eleger um novo Parlamento, em um cenário marcado por instabilidade política. As eleições foram convocadas após o primeiro-ministro, que liderava um governo minoritário, perder uma moção de confiança devido à oposição de socialistas e partidos de extrema esquerda e direita. Pesquisas indicam que sua coligação, a Aliança Democrática, lidera com 34% das intenções de voto, seguida pelo Partido Socialista (26%) e pelo Chega (19%), que pode consolidar sua posição como terceira força política. A falta de maioria absoluta, no entanto, mantém a incerteza sobre a formação do próximo governo.
A campanha eleitoral foi marcada por tensões, incluindo a saída temporária do líder do Chega após problemas de saúde. O governo atual reforçou políticas de imigração, anunciando a expulsão de 18 mil imigrantes irregulares, medida criticada pela esquerda como uma tentativa de atrair eleitores da extrema direita. O número de residentes estrangeiros em Portugal quadruplicou entre 2017 e 2024, atingindo 15% da população, o que tornou o tema central no debate político.
Com projeções apontando para um Parlamento fragmentado, a possibilidade de um novo governo minoritário permanece alta. A Aliança Democrática pode conquistar até 95 das 230 cadeiras, abaixo da maioria absoluta, dependendo de alianças com partidos menores. Enquanto isso, o Partido Socialista acusa o primeiro-ministro de convocar eleições para evitar esclarecimentos sobre controvérsias envolvendo sua família. O resultado definirá o rumo do país em um momento de crescente polarização.