Os portugueses votam neste domingo (18.mai.2025) pela terceira vez em pouco mais de três anos, após a queda do governo minoritário do primeiro-ministro Luís Montenegro. A crise política surgiu com denúncias de conflitos de interesses envolvendo uma empresa familiar ligada ao premiê, a Spinumviva, que teria contratos com grupos empresariais em negociação com o Estado. A rejeição de uma moção de confiança pelo Parlamento levou o presidente Marcelo Rebelo de Sousa a antecipar as eleições, marcando a segunda vez na história democrática portuguesa que um governo é derrubado por esse mecanismo.
Pesquisas eleitorais indicam que a coligação liderada por Montenegro (AD) mantém vantagem, com 34% das intenções de voto, à frente do Partido Socialista (26%) e do Chega (19%). Apesar do desgaste político, 29% dos entrevistados consideram o caso Spinumviva irrelevante. O comparecimento às urnas, porém, preocupa, já que o voto não é obrigatório e o país enfrenta sucessivas eleições desde 2022, embora a participação tenha melhorado em 2024.
O caso Spinumviva ganhou destaque após reportagens revelarem contratos da empresa com grupos como a Solverde, que tem concessões públicas. O primeiro-ministro negou conflitos de interesses, transferiu suas cotas para familiares e afirmou que a empresa seguiria sob controle dos filhos. A oposição, no entanto, pressionou por investigações, levando à rejeição da moção de confiança. O episódio expôs tensões no Parlamento e renovou debates sobre transparência e ética na política portuguesa.