Portugal realiza neste domingo (18) sua terceira eleição legislativa em três anos, marcada pela instabilidade política e pela disputa entre as duas principais forças do país: a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD) e o Partido Socialista (PS). O resultado terá impacto direto para os mais de 500 mil brasileiros residentes no país, principalmente devido à possível revisão da Lei da Nacionalidade. Atualmente, estrangeiros podem solicitar a cidadania após cinco anos de residência legal, mas a AD, favorita nas pesquisas, propõe aumentar esse prazo para dez anos e excluir o tempo de espera pelo visto da contagem.
A crise política que levou à eleição antecipada surgiu após o governo atual falhar em aprovar seu programa no Parlamento, em meio a acusações de conflito de interesses. O cenário reflete a fragmentação partidária e a dificuldade de formação de maiorias, que deve persistir independentemente do resultado. A campanha focou em temas domésticos, como imigração e serviços públicos, com pouco debate sobre questões internacionais. A desconfiança dos eleitores em relação aos líderes políticos também se destacou, com pesquisas mostrando baixa aprovação para ambos os principais candidatos.
Pesquisas indicam a AD na liderança com 32% das intenções de voto, seguida pelo PS com 28%, enquanto o partido de extrema-direita Chega aparece em terceiro, com 20%. Analistas projetam um possível impasse, já que a coligação favorita dificilmente alcançará maioria parlamentar, o que pode levar a novas negociações e até mais eleições no futuro. A incerteza política e as possíveis mudanças nas regras de cidadania deixam a comunidade brasileira em alerta, aguardando o desfecho do pleito.