A venda de tadalafila, medicamento usado para tratar disfunção erétil, aumentou quase 20 vezes no Brasil na última década, impulsionada pela popularidade nas redes sociais. Jovens e adolescentes consomem o remédio com a expectativa de melhorar o desempenho sexual, aumentar o pênis ou potencializar exercícios físicos, alegações que médicos classificam como mitos. Especialistas alertam que, sem indicação adequada, o uso pode levar a dependência emocional e efeitos colaterais graves, como problemas de visão e audição.
Apesar de garantir ereções mais firmes e reduzir o tempo de recuperação entre relações sexuais, a tadalafila não prolonga o tempo até a ejaculação nem aumenta o tamanho do pênis. O medicamento também não tem eficácia comprovada para mulheres ou como pré-treino, embora sua ação vasodilatadora possa criar a ilusão de resultados. Médicos destacam que o uso indiscriminado pode desencadear ansiedade e inseguranças, especialmente em jovens que começam a vida sexual.
O crescimento no consumo preocupa profissionais da saúde, que reforçam a importância de tratar o tema sem tabus, mas com informações corretas. Enquanto a tadalafila pode melhorar a qualidade de vida de quem tem disfunção erétil, seu uso sem necessidade traz riscos desnecessários. O desafio, segundo os especialistas, é combater desinformação e evitar que expectativas irreais prejudiquem a saúde sexual.