O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) tem utilizado o polígrafo, tradicionalmente empregado em verificações de segurança e investigações criminais, para identificar vazamentos de informações à imprensa. Segundo reportagem do Wall Street Journal, funcionários de diferentes níveis hierárquicos são submetidos a testes que podem durar até quatro horas, sendo questionados sobre contatos com a mídia. Muitas das informações supostamente vazadas nem sequer são confidenciais, o que levanta questões sobre os critérios adotados.
A prática, conduzida por uma divisão discreta da Administração de Segurança dos Transportes (TSA), tem gerado desconforto entre os servidores, que relatam clima de arbitrariedade e intimidação. Alguns funcionários foram colocados em licença administrativa ou optaram por pedir demissão após os testes. O uso do polígrafo também atingiu altos cargos, como o diretor interino da FEMA, demitido após o vazamento de detalhes sobre uma reunião que discutia o desmantelamento da agência.
A estratégia não se limita ao DHS: o FBI e o Departamento de Defesa também teriam adotado medidas semelhantes para coibir vazamentos. Embora as autoridades defendam a necessidade de proteger a segurança nacional, críticos apontam que a prática pode minar a confiança interna e criar um ambiente de trabalho hostil. A porta-voz do DHS afirmou que a pasta não poupará esforços para processar os responsáveis por vazamentos, mas não detalhou quantos funcionários já passaram pelos testes.