O governo federal está prestes a anunciar a Nova Política de Data Centers, com o objetivo de posicionar o Brasil como um hub mundial para armazenamento e processamento de dados. A iniciativa, liderada por ministérios como Desenvolvimento, Indústria e Fazenda, busca atrair investimentos estrangeiros e fortalecer a soberania digital do país, reduzindo a dependência de serviços estrangeiros que geram um déficit anual de R$ 6 a 8 bilhões na balança comercial. Além disso, a política prevê isenções fiscais para equipamentos não produzidos no Brasil e incentivos para o desenvolvimento da cadeia produtiva local, incluindo tecnologias como inteligência artificial e indústria 4.0.
A proposta destaca vantagens competitivas do país, como matriz energética limpa e localização estratégica, mas enfrenta críticas de ambientalistas devido ao alto consumo de energia e água associado aos data centers. Especialistas alertam que essas instalações, embora essenciais para a economia digital, são pouco sustentáveis do ponto de vista ecológico. O Ministério do Meio Ambiente afirmou que participará da regulamentação da política para estabelecer critérios ambientais, enquanto o governo defende que os data centers serão alimentados por energia renovável e operados com segurança cibernética.
Atualmente, o Brasil possui 162 data centers, concentrados principalmente no Sudeste. A nova política visa não apenas expandir essa infraestrutura, mas também garantir que os investimentos gerem empregos duradouros e impulsionem a produção tecnológica nacional. A medida é vista como um passo antecipado da reforma tributária para o setor digital, com o objetivo de desonerar exportações de serviços e atrair empresas globais. No entanto, o desafio será equilibrar o crescimento econômico com a sustentabilidade ambiental.