A pistola 9mm, antes de uso restrito às Forças Armadas e polícias federais, tornou-se a arma mais popular no Brasil após a flexibilização de sua venda para civis entre 2019 e 2022. Dados exclusivos revelam que existem atualmente 643 mil unidades registradas, representando 28% do total de armas legais no país. Além de ser a mais adquirida por caçadores, atiradores e colecionadores (CACs), a 9mm também se tornou a mais apreendida em operações policiais, refletindo sua crescente presença no mercado ilegal.
Especialistas apontam que a popularidade da 9mm se deve à sua maior potência, capacidade de munição e poder de penetração, superando revólveres .38 e pistolas .380. A arma, que carrega mais balas e é mais rápida que revólveres, também apresenta riscos maiores para a segurança pública, já que seu projétil pode atravessar obstáculos com facilidade. A modernização do arsenal criminoso com armas mais potentes preocupa autoridades, que alertam para o aumento do risco em operações policiais.
O controle sobre os CACs, atualmente sob responsabilidade do Exército, será transferido para a Polícia Federal a partir de julho, em uma tentativa de otimizar a fiscalização. Enquanto isso, o Brasil registra cerca de 2,3 milhões de armas legais, com picos de registros em 2010 e durante a flexibilização do governo anterior. A mudança no perfil das armas circulantes no país reflete os impactos das políticas de armamento na segurança pública.