Inspirado no conceito platônico de que as ideias precedem a materialização, o Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte, em Goiás, completa duas décadas como referência em arte-educação no Brasil. Fundado em 2005 pela professora Luz Marina de Alcantara, o projeto surgiu da percepção do potencial pedagógico das artes, especialmente no contexto do ensino em tempo integral. Ao longo dos anos, a iniciativa consolidou-se como um espaço de formação integral, integrando linguagens artísticas ao currículo escolar e atraindo colaboradores dedicados, sob o apoio da Secretaria de Educação do estado.
A recente inauguração da sede reformada do Ciranda da Arte simboliza mais um capítulo dessa trajetória, reforçando o compromisso do governo goiano com a arte como ferramenta educacional essencial. A diretora atual, Euzamary Pimenta Gouveia, destacou a importância de valorizar o sensível e a diversidade cultural em um mundo acelerado, enquanto a fundadora, Luz Marina, emocionou ao relembrar os desafios e conquistas do projeto, comparando-o a uma “ciranda” que pulsa coletivamente. O evento contou com a presença de autoridades e servidores, celebrando o legado de uma instituição que continua a reinventar-se, como no paradoxo do barco de Teseu.
Com atividades que abrangem desde o canto coral até performances multidisciplinares, o Ciranda da Arte destaca-se como uma das poucas iniciativas do gênero no país, promovendo a formação crítica e criativa de estudantes e professores. Sua trajetória, documentada em tese acadêmica, reflete um modelo inspirador para a arte-educação brasileira, evidenciando como a arte pode ser uma ponte entre o conhecimento e a vida. O evento marcou não apenas a materialização de um espaço físico, mas a resistência de uma ideia que continua a transformar vidas através da educação e da cultura.