José Israel Vargas, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), morreu aos 97 anos em Belo Horizonte. Nascido em Paracatu (MG), Vargas foi um dos formuladores da política nuclear brasileira nos anos 1960 e atuou como ministro durante os governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Com uma carreira marcada pela defesa da pesquisa científica, ele também presidiu a Academia Mundial de Ciências e deixou contribuições significativas em áreas como energia nuclear, metrologia e propriedade intelectual.
Formado em química pela UFMG e doutor em ciências nucleares pela Universidade de Cambridge, Vargas enfrentou perseguição durante o regime militar, sendo demitido de cargos públicos e exilando-se na França por sete anos. Sua pesquisa focou em transformações nucleares em sólidos e no planejamento de sistemas energéticos. Como gestor, impulsionou a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e fortaleceu políticas de inovação no Brasil, além de representar o país em organizações internacionais como a UNESCO.
Reconhecido como um visionário, Vargas foi homenageado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente da ABC, Helena Nader, que destacaram seu compromisso com a ciência e a democracia. Seu legado inclui a promoção da soberania tecnológica e a defesa da educação como motor do desenvolvimento. O corpo será velado na Reitoria da UFMG, em Belo Horizonte, nesta sexta-feira (16).