A 4ª Vara Cível da Comarca de Petrópolis autorizou a prefeitura a tomar posse do imóvel conhecido como “Casa da Morte”, utilizado como centro clandestino de tortura e assassinatos durante a ditadura militar. O local, no bairro do Caxambu, será transformado em um memorial graças a um convênio com o governo federal, que repassou R$ 1,4 milhão para o projeto. A gestão do espaço será compartilhada com a Universidade Federal Fluminense (UFF), responsável por pesquisas e estudos sobre a implantação do memorial.
A descoberta da história do imóvel ocorreu após denúncias de uma sobrevivente, cujo caso foi analisado pela Comissão Nacional da Verdade em 2012. Desde então, havia esforços para desapropriar o local, mas a prefeitura alegava falta de recursos. A decisão judicial marca um avanço após décadas de reivindicações por parte de grupos da sociedade civil e familiares de vítimas da ditadura.
Durante audiência pública no Arquivo Nacional, representantes do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania destacaram que a ação é um passo importante, mas ainda não concluído, na construção da memória sobre o período. A iniciativa busca honrar as vítimas e preservar a história, atendendo a uma demanda antiga da sociedade por justiça e reconhecimento.