O Ibama autorizou a Petrobras a dar mais um passo em direção à perfuração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, uma região considerada promissora para a exploração offshore. No entanto, a decisão veio com ressalvas, destacando a necessidade de um estudo ambiental abrangente (AAAS) para evitar a concessão fragmentada de licenças futuras. O órgão alertou que a falta desse estudo pode dificultar o licenciamento de novos projetos na área, onde o governo planeja realizar um leilão de blocos em junho.
A aprovação concedida refere-se ao plano da Petrobras para mitigar impactos à fauna local em caso de vazamento de óleo, uma etapa crucial antes da decisão final de licenciamento. A estatal comemorou a decisão, interpretando-a como um sinal verde para realizar testes do seu plano de emergência ambiental. Contudo, a medida contraria recomendações técnicas anteriores do Ibama, que consideravam o plano insuficiente para garantir a proteção da região, que abriga recifes de coral e comunidades indígenas.
O impasse reflete as divisões no governo brasileiro entre defensores do meio ambiente e grupos que pressionam pelo desenvolvimento de petróleo e gás. Em 2023, o Ibama havia negado um pedido de perfuração da Petrobras, mas a empresa recorreu, reacendendo o debate sobre os riscos ambientais versus os benefícios econômicos. Enquanto a Petrobras avança, a exigência de um estudo mais detalhado pelo Ibama mantém incertezas sobre o futuro da exploração na bacia da Foz do Amazonas.