Um estudo realizado em 2024 pela Ação Educativa e parceiros, incluindo Fundação Itaú e Unesco, apontou que 29% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais. Isso significa que quase um terço da população tem dificuldade para interpretar textos básicos ou realizar operações matemáticas simples. O índice permanece inalterado desde 2009, afetando até mesmo quem frequentou a escola, com taxas de 78% entre quem estudou até o 5º ano do fundamental e 12% no ensino superior.
A pesquisa também destacou o crescimento do analfabetismo funcional entre jovens de 15 a 29 anos, subindo de 14% para 16% desde 2018. Especialistas alertam que o problema limita a capacidade produtiva e inovadora do país, destacando a necessidade de investimentos em educação infantil, ensino técnico e aprendizagem ao longo da vida. Além disso, mais de 90% dos analfabetos funcionais têm desempenho baixo ou médio em tarefas digitais, como navegar na internet ou acessar serviços online.
Histórias como a de uma costureira que comparou aprender a ler a “abrir os olhos para o mundo” ilustram o impacto da educação na vida cotidiana. Outros entrevistados, como uma estudante que retomou os estudos, relatam melhorias na autoestima e na capacidade de comunicação. No entanto, os desafios persistem, especialmente em um mundo cada vez mais digital, onde habilidades básicas de leitura e matemática são essenciais para a inclusão social e econômica.