Uma pesquisa divulgada pela AtlasIntel nesta quinta-feira (1º de maio de 2025) mostrou que 42% dos entrevistados afirmam conhecer ou ter sido vítimas de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS. Do total, 35,6% disseram conhecer alguém afetado, enquanto 6,4% relataram ter sofrido diretamente com a fraude. O levantamento, realizado com 1.000 pessoas entre 29 de abril e 1º de maio, tem margem de erro de 3 pontos percentuais e 95% de confiança.
O esquema de descontos indevidos expôs falhas na gestão do INSS, levando a uma operação da Polícia Federal batizada de “Sem Desconto”, que cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e 6 prisões temporárias. Investigadores identificaram irregularidades em acordos entre o INSS e entidades associativas, que descontavam mensalidades sem autorização expressa dos beneficiários. A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que 70% das entidades auditadas não entregaram documentação completa, e a maioria dos aposentados entrevistados negou ter autorizado os descontos.
O caso tem potencial para afetar a popularidade do governo, que busca demonstrar ações para moralizar o INSS e ressarcir os prejudicados. A oposição já sinaliza que pode retomar o discurso de combate à corrupção, tema que ganhou força em eleições passadas. Enquanto isso, o governo trabalha para esclarecer o funcionamento dos descontos, que exigem autorização individual, e para recuperar valores desviados, além de afastar servidores envolvidos nas irregularidades.