Uma pesquisa apoiada pelo Ministério da Igualdade Racial mostra que 84% das pessoas pretas no Brasil já sofreram discriminação racial. O estudo, realizado por organizações da sociedade civil em parceria com universidades, entrevistou 2.458 pessoas e revelou disparidades significativas no tratamento cotidiano entre pretos, pardos e brancos. Por exemplo, 51,2% dos pretos relatam ser tratados com menos gentileza, contra 13,9% dos brancos, enquanto 57% dos pretos afirmam receber atendimento pior em estabelecimentos, comparado a 7,7% dos brancos.
O levantamento também destacou a interseccionalidade do preconceito: 72% das mulheres pretas enfrentaram mais de um tipo de discriminação, seguidas por 62,1% dos homens pretos. Além da cor da pele, outros motivos citados foram orientação sexual, renda e religião. Os responsáveis pela pesquisa enfatizam que essas experiências têm impactos profundos na saúde mental, acesso a serviços e oportunidades, reforçando a necessidade de políticas públicas direcionadas.
Os dados se somam a outras estatísticas que ilustram a desigualdade racial no país, como o maior risco de homicídio para negros e a predominância de pretos e pardos em favelas e no desemprego. Os pesquisadores defendem que combater essa estrutura exige esforços coordenados entre governos, empresas e sociedade civil, com atenção especial às barreiras enfrentadas pela população negra em áreas como saúde e emprego.