A indústria agrícola dos EUA, responsável por 5,6% do PIB do país em 2024, enfrenta um crescente déficit comercial, impulsionado pela queda nas exportações de alimentos. Um dos produtos mais afetados são os pés de galinha, considerados uma iguaria na China e antes uma fonte lucrativa para empresas americanas como Tyson Foods e Pilgrim’s Pride. Em 2022, as exportações renderam US$ 550 milhões, mas em 2023 caíram pela metade, pressionando os produtores e sobrecarregando usinas de reciclagem domésticas com excedentes de baixo valor.
O mercado chinês pagava até US$ 1 por libra pelos pés de galinha, enquanto no mercado interno o valor despenca para US$ 0,10. Essa queda impactou fortemente as receitas do setor avícola, que agora busca alternativas para compensar as perdas. Enquanto isso, o consumo de frango nos EUA continua em alta, com projeções de crescimento até 2033, mas a demanda por pés de galinha no país é insignificante comparada ao apetite chinês.
A situação expõe as fragilidades da política comercial americana e a necessidade de estratégias para reconquistar mercados ou adaptar-se às mudanças. Sem soluções imediatas, especialistas sugerem até campanhas para incentivar o consumo interno de pés de galinha, destacando como as tensões globais afetam setores específicos da economia. O caso ilustra como commodities aparentemente menores podem revelar desafios macroeconômicos significativos.