O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus), uma das aves aquáticas mais raras do mundo, sobrevive em poucos refúgios no Brasil, como os Parques Nacionais da Serra da Canastra (MG), Chapada dos Veadeiros (GO) e a Estação Ecológica Serra Geral (TO). Com menos de 250 indivíduos na natureza, a espécie é considerada um “guarda-chuva” para a conservação de outros animais e ecossistemas. O Instituto Pato-mergulhão lidera iniciativas de monitoramento, reprodução e educação ambiental há 15 anos, com projetos como “Mergus Para Sempre”, que visa evitar a extinção da espécie através de ações integradas.
Entre as principais ameaças ao pato-mergulhão estão a perda de habitat por desmatamento, contaminação das águas por agrotóxicos e a construção de pequenas centrais hidrelétricas, que alteram o fluxo dos rios cristalinos onde a ave vive. A fragmentação dos habitats também reduz a variabilidade genética da espécie, aumentando sua vulnerabilidade. Para reverter esse cenário, está em desenvolvimento um Programa de Cativeiro, com o objetivo de reintroduzir indivíduos em áreas seguras no futuro.
A educação ambiental é um pilar fundamental nessa luta, com projetos de educomunicação socioambiental que engajam comunidades locais na conservação. O trabalho integrado de pesquisa, manejo e sensibilização oferece esperança, mas o futuro da espécie ainda é incerto devido ao declínio populacional. A profissionalização do instituto e parcerias com organizações nacionais e internacionais têm ampliado o alcance das ações, destacando a importância da preservação dos recursos hídricos e da biodiversidade brasileira.