O PDT decidiu adotar uma postura independente em relação ao governo federal após a demissão do então ministro da Previdência, que deixou o cargo devido a um escândalo envolvendo desvios de benefícios do INSS. A bancada do partido, composta por 17 deputados, afirmou que a nomeação de um novo representante para a pasta não atendeu às expectativas da sigla, levando à decisão de deixar a base de apoio. A ministra das Relações Institucionais declarou respeitar a escolha, mas destacou que o governo continua contando com o partido em votações prioritárias.
O movimento ocorre em um momento em que o Planalto busca reorganizar sua base aliada, que atualmente não tem números suficientes para aprovar projetos de maior complexidade, como emendas constitucionais. Para ampliar o apoio, o governo tem se aproximado de partidos do Centrão, como PP, PSD, Republicanos e União Brasil. A saída do PDT da base pode impactar ainda mais a articulação política do Executivo no Congresso.
O escândalo que motivou a demissão do ex-ministro envolve fraudes no INSS, com estimativas de prejuízos de até R$ 6 bilhões e mais de 4 milhões de possíveis vítimas. As investigações, iniciadas em 2023, apontam descontos irregulares em pagamentos de aposentadorias e pensões. O governo afirmou que os valores serão ressarcidos, mas o plano detalhado ainda não foi divulgado, aguardando análise da Casa Civil.