O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) entrou com uma ação judicial para contestar sua classificação como organização extremista pela agência de inteligência doméstica do país. A decisão, anunciada na semana passada, permite que o órgão intensifique o monitoramento do partido, incluindo métodos como interceptação de comunicações e recrutamento de informantes. O AfD alega que a medida é politicamente motivada e busca desacreditá-lo, enquanto autoridades defendem a ação como necessária para proteger a democracia, em linha com as rigorosas leis alemãs contra o extremismo.
O partido, que obteve quase 21% dos votos nas últimas eleições parlamentares, é o maior da oposição no Legislativo alemão. A classificação baseia-se em um relatório sigiloso de 1.100 páginas que descreve o AfD como racista e antimuçulmano. Enquanto isso, o novo governo avalia a possibilidade de propor uma proibição total do partido, conforme declarado por um líder da coalizão governista.
A decisão da agência de inteligência também gerou reações internacionais, com críticas de autoridades dos Estados Unidos e da Rússia. Ambos os países argumentam que a medida reflete uma tendência de restrição a visões políticas fora do mainstream europeu. O AfD, que se opõe ao apoio militar alemão à Ucrânia, tem recebido apoio de figuras influentes no exterior, ampliando o debate sobre o equilíbrio entre segurança nacional e liberdade política.