Bonito, em Mato Grosso do Sul, é conhecido por suas águas cristalinas, cachoeiras e formações rochosas únicas, mas também pelos frequentes avistamentos de sucuris gigantes. A região abrigou uma das maiores serpentes já registradas, a fêmea Ana Júlia, que media 6,45 metros e pesava 200 kg. A transparência da água, causada pelo solo rico em calcário, facilita a observação desses animais, que desempenham um papel vital no equilíbrio ecológico da região.
Especialistas explicam que as sucuris não são agressivas, ao contrário do que mostram filmes hollywoodianos. Elas se alimentam principalmente de peixes, aves e pequenos mamíferos, e sua presença é um indicador da saúde do ecossistema local. A estação seca, entre maio e setembro, é o melhor período para avistamentos, pois os rios ficam ainda mais transparentes e as serpentes costumam se aquecer nas margens.
Apesar de seu tamanho impressionante, as sucuris raramente ultrapassam 7 metros, e relatos de exemplares maiores são considerados exagerados. A espécie mais comum na região é a sucuri-amarela (Eunectes notaeus), que, embora imponente, evita contato com humanos. A morte de Ana Júlia em 2024 destacou a necessidade de educação ambiental para preservar essas serpentes, que ainda sofrem com ameaças humanas. Bonito se consolida como um dos únicos lugares do mundo onde é possível observar esses gigantes em seu habitat natural.