O papa Leão XIV reiterou, em discurso nesta sexta-feira (16), que a família é fundamentada na união estável entre homem e mulher, alinhando-se ao posicionamento tradicional da Igreja Católica. Ele também destacou a dignidade de grupos vulneráveis, como não nascidos, idosos, doentes e imigrantes, enfatizando que todos são “criaturas de Deus”. As declarações, divulgadas pelo Vaticano após audiência privada com o corpo diplomático, reforçam a oposição da Igreja ao aborto e à eutanásia, temas centrais durante o pontificado anterior de Francisco.
Em seu primeiro encontro com representantes de governos, o pontífice, membro da ordem agostiniana, defendeu a paz como prioridade de seu governo, descrevendo-a não apenas como ausência de conflito, mas como um “dom que requer trabalho”. Ele citou desde a redução da produção de armas até o cuidado com as palavras, que podem “ferir e até matar”. O papa ainda pediu revitalização da diplomacia multilateral e diálogo inter-religioso, reforçando o papel da Santa Sé, que mantém relações com mais de 180 países e status de observador na ONU.
Embora mantenha a doutrina católica sobre casamento heterossexual e atos homossexuais, Leão XIV seguiu o tom inclusivo de Francisco, afirmando que LGBTQIA+ são bem-vindos na Igreja. Em 2012, como líder agostiniano, ele havia criticado a promoção de relacionamentos homoafetivos, mas, anos depois, reconheceu a necessidade de inclusão. Sua fala equilibra conservadorismo doutrinário com gestos de acolhimento, refletindo os desafios da Igreja em um mundo em transformação.