A consultoria Pantheon Macroeconomics revisou sua projeção para o crescimento real do PIB brasileiro em 2025, elevando-a de 2,1% para 2,3%, refletindo um desempenho melhor do que o esperado no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). No entanto, o ritmo deve ser significativamente mais lento que os 3,4% registrados em 2024. A expectativa para 2026 foi mantida em 1,5%, com o crescimento sendo sustentado por fatores como a isenção do imposto de renda para rendas de até R$ 5 mil e um aumento no investimento público.
A desaceleração em 2025 é atribuída ao esgotamento do impulso do setor agrícola, que deve normalizar-se nos próximos trimestres, além do impacto do aperto monetário, com a taxa Selic subindo de 13,25% para 14,75%. A Pantheon alerta que a política monetária restritiva já afeta o crédito, o consumo das famílias e os investimentos, enquanto riscos externos, como tensões comerciais e uma possível desaceleração global, podem agravar o cenário. A consultoria não descarta novos aumentos modestos na Selic caso a inflação supere as expectativas.
Para 2026, embora haja expectativas de recuperação parcial, o crescimento deve permanecer moderado devido aos efeitos prolongados da política monetária restritiva e à fragilidade da confiança em setores além da agricultura. Condições globais adversas, como escaladas nas tensões comerciais, também podem pesar. A Pantheon ressalta que, apesar de alguns fatores positivos, os riscos continuam inclinados para o lado negativo, mantendo a trajetória econômica em um patamar abaixo do potencial recente.