A febre oropouche, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, já registrou 1.597 casos e quatro mortes no Brasil, sendo três no estado do Rio de Janeiro. Os municípios de Macaé, Cachoeiras de Macacu, Angra dos Reis, Guapimirim e Porciúncula concentram 65% dos casos, todos localizados no bioma da Mata Atlântica. As vítimas incluem duas mulheres jovens e um idoso, que morreram após apresentarem sintomas como febre, dores musculares e vômitos. Autoridades de saúde alertam para a possibilidade de a doença se tornar endêmica em áreas urbanas se o vírus encontrar condições favoráveis para a proliferação do vetor.
O vírus, originário da Amazônia, expandiu-se para o Sudeste em 2024, provavelmente trazido por pessoas infectadas. Diferente do Aedes aegypti, o Culicoides paraensis se reproduz em matéria orgânica em decomposição, como em plantações de bananeira, tornando áreas rurais e periurbanas mais vulneráveis. Apesar de os sintomas serem semelhantes aos da dengue, a falta de conhecimento sobre a doença e a dificuldade de controlar o vetor aumentam os desafios para conter sua disseminação.
As secretarias estadual e municipal de saúde do Rio reforçaram a vigilância epidemiológica e a testagem, além de capacitarem profissionais para lidar com casos graves. Medidas preventivas incluem evitar áreas de mata, usar roupas protetoras e manter quintais limpos. Embora a incidência possa diminuir no inverno, o risco de um surto em áreas densamente povoadas preocupa especialistas, que destacam a necessidade de maior atenção nos próximos meses.