A oposição ao governo atual afirmou ter conseguido o número necessário de assinaturas para propor uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar descontos irregulares em benefícios do INSS. O requerimento conta com o apoio de 30 senadores e 171 deputados, incluindo parlamentares de partidos da base governista, como União Brasil, PP, PSD, MDB e Republicanos. No entanto, a criação da CPI não está garantida, pois depende da análise do presidente da Câmara, que pode arquivar o pedido, e há limites para o número de comissões ativas simultaneamente.
A decisão sobre a instalação da CPMI cabe ao presidente do Congresso, que ainda não definiu um prazo para analisar o requerimento. As investigações em andamento, conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), apontam indícios de fraudes envolvendo descontos em aposentadorias e pensões, com suspeitas de adesões fraudulentas e falsificação de assinaturas. Entre 2019 e 2024, os valores desviados chegam a R$ 6,3 bilhões, mas ainda será necessário apurar quanto desse montante é efetivamente irregular.
O caso levanta desafios para o governo, que precisa equilibrar o ressarcimento dos beneficiários afetados sem comprometer o Orçamento. Enquanto isso, a possível CPI pode ampliar o escrutínio sobre as falhas na gestão dos benefícios previdenciários, embora sua concretização ainda dependa de decisões políticas e procedimentais no Congresso.