O líder da oposição na Câmara dos Deputados protocolou uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República contra o ministro da Previdência Social. A ação foi motivada por investigações da Polícia Federal que revelaram um esquema de cobranças indevidas contra aposentados e pensionistas do INSS, com desvios estimados em R$ 6,5 bilhões. O documento pede a abertura de um procedimento de apuração e, se houver indícios, o encaminhamento do caso ao STF, além do afastamento cautelar do ministro.
Segundo as investigações, o ministro teria sido alertado sobre os descontos irregulares em junho de 2023, mas só tomou providências dez meses depois. As atas do Conselho Nacional de Previdência Social confirmam que o tema foi discutido pela primeira vez em uma reunião em junho do ano passado, mas só entrou na pauta de deliberações em abril de 2024. O conselho, presidido pelo ministro, reúne representantes do ministério, INSS, associações de aposentados e entidades patronais.
A representação acusa o ministro de omissão dolosa, alegando que a demora na ação permitiu a continuidade dos desvios. O caso agora depende da análise da PGR, que decidirá se há elementos para levar a investigação adiante. Enquanto isso, a situação coloca em xeque a permanência do ministro no cargo, em meio a crescentes críticas sobre a gestão da Previdência Social.