A oposição ao governo federal no Congresso Nacional afirmou ter reunido as assinaturas necessárias para protocolar o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O movimento ganhou força após a renúncia do ministro da Previdência, que deixou o cargo sob pressão devido a denúncias de descontos indevidos em benefícios de aposentados. A proposta deve ser formalizada na próxima semana, com o objetivo de contornar possíveis obstruções por parte da presidência da Câmara.
A operação “Sem Desconto”, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um esquema fraudulento que teria desviado bilhões de reais de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Investigações apontam que associações e sindicatos realizavam descontos sem autorização dos beneficiários, com um aumento significativo nos valores a partir de 2023. Embora o esquema não tenha sido iniciado no atual governo, autoridades foram criticadas por suposta omissão diante de alertas recebidos desde o ano passado.
A CPMI é vista como um mecanismo para garantir transparência e responsabilização, com o foco em assegurar a devolução dos valores desviados aos aposentados. Enquanto isso, o governo anunciou a nomeação de um novo secretário-executivo para a pasta da Previdência, mantendo a gestão sob o comando do mesmo partido. A investigação continua em andamento, com expectativa de que novos detalhes surjam nos próximos dias.