Uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro desvendou uma nova dinâmica do crime organizado no país. Investigações iniciadas na comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio, mostraram que facções criminosas estão se ramificando para outros estados, indo além do uso tradicional das favelas como esconderijo. Armamentos pesados, adquiridos até em lojas de São Paulo, eram financiados por meio de transações rápidas, como o PIX, evidenciando a sofisticação das operações.
A operação, que abrangeu seis estados e quatro regiões do Brasil, revelou que traficantes de outras unidades da federação estão assumindo o controle de áreas no Rio, tradicional berço de facções. Entre as descobertas, destacam-se a lavagem de dinheiro por meio de propriedades luxuosas e a manutenção de arsenais em residências particulares. Um dos investigados, com registro de colecionador de armas, foi preso sob acusação de envolvimento com o tráfico.
Além disso, a investigação expôs a informalidade nas transações criminosas, como a compra de armas e a cobrança de taxas por serviços ilegais. Vídeos apreendidos mostram até mesmo a manutenção de fuzis sendo tratada como um serviço comum, com reclamações sobre falta de pagamento. As autoridades reforçam que a operação demonstra a necessidade de maior integração entre os estados para combater a expansão do crime organizado.