Uma investigação conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro desmantelou uma organização criminosa especializada na produção e distribuição de drogas sintéticas em larga escala. O grupo operava em laboratórios clandestinos montados em favelas dominadas por facções, onde produziam comprimidos de ecstasy em condições insalubres, sem qualquer controle sanitário ou segurança. Adolescentes e moradores locais eram recrutados para trabalhar na manipulação de produtos químicos, muitas vezes sem equipamentos de proteção.
O esquema envolvia a criação de empresas de fachada, como perfumarias e lojas de cosméticos, para adquirir insumos químicos legalmente. Os comprimidos eram prensados com logotipos personalizados, como “Bitcoin” e “Bob Esponja”, para atrair consumidores. A distribuição ocorria por transportadoras e “mulas”, que levavam as drogas para outros estados, enquanto os pagamentos eram feitos por meio de transferências bancárias, Pix ou dinheiro em espécie, muitas vezes utilizando contas de laranjas.
O dinheiro obtido era lavado por meio da compra de carros de luxo, equipamentos e abertura de novas empresas fictícias. A operação destacou a sofisticação do esquema, que combinava métodos ilegais com transações aparentemente legais, dificultando a fiscalização. As autoridades continuam investigando as ramificações da organização, que operava em parceria com o tráfico local.