A Polícia Civil do Tocantins investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos durante a gestão de um ex-governador, entre 2018 e 2022. Segundo as investigações da Operação Via Avaritia, em curso desde 2019, empresas de fachada e “laranjas” teriam sido usadas para distribuir valores sem deixar rastros. Contratos suspeitos, totalizando mais de R$ 15 milhões, foram firmados com uma construtora, que repassou quantias elevadas para pessoas físicas e jurídicas sem justificativa aparente. O relatório aponta indícios de ocultação de recursos, mas os envolvidos negam as acusações, alegando motivações políticas.
A investigação identificou transferências para contas de indivíduos com perfis incompatíveis com os valores movimentados, como beneficiários de auxílio emergencial durante a pandemia. Além disso, uma das empresas citadas estava registrada em endereço fictício, onde funcionava uma pizzaria. Os delegados responsáveis afirmam que a estrutura foi criada para operacionalizar contratos de forma irregular, com participação de servidores públicos e empresários. O caso deve ser encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), devido ao foro privilegiado do ex-governador.
Representantes da construtora mencionada afirmam que todos os serviços foram prestados conforme os contratos e que irregularidades apontadas por uma auditoria do Tribunal de Contas foram resolvidas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O empresário responsável nega qualquer relação política com o ex-governador e destaca que a empresa cumpriu suas obrigações legalmente. Outros citados no relatório não se manifestaram. O caso continua sob investigação, com divergências sobre a legalidade dos procedimentos adotados pela Polícia Civil.