Uma megaoperação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União expôs um esquema nacional de descontos ilegais em benefícios previdenciários, que prejudicou milhões de aposentados e pensionistas. A promotora de Justiça Fabiana Giusti identificou semelhanças com um caso anterior investigado no Distrito Federal entre 2018 e 2020, onde criminosos usavam associações de fachada para desviar recursos de vítimas, muitas delas idosas. As investigações locais revelaram que os golpistas agiam com a conivência de agentes públicos, acessando dados pessoais das vítimas para aplicar os golpes.
No esquema distrital, os criminosos se passavam por corretores e convenciam as vítimas a assinar autorizações de desconto em folha, muitas vezes escondendo a verdadeira natureza dos documentos. As fraudes envolveram pelo menos seis entidades, que receberam cerca de R$ 763 mil em mensalidades ilegais. Embora 17 pessoas tenham sido condenadas em primeira instância, a promotora destacou que as penas para esse tipo de crime são brandas, o que facilita a reincidência.
O caso ganhou nova dimensão com a operação nacional, que investiga práticas semelhantes em escala maior. A promotora ressaltou a vulnerabilidade dos idosos e a fragilidade do sistema de cobranças, que permite a exploração de beneficiários desinformados. As autoridades alertam para a importância de verificar contracheques e descontos, já que muitas vítimas só descobriram o golpe ao serem convocadas para depor.